Opalão no Capricho


Era 2007 e o psicólogo Rodrigo Ken ainda não sabia o que era ter um carro antigo. "Eu tive um Celta, todo equipado, rebaixado, com rodas e essas coisas mais. Foi quando decidi comprar um carro mais antigo e mexer nele todo", conta.Isso, inclusive, deu pano pra manga na casa dele.
"Minha família dizia para eu comprar um carro novo, que carro antigo dava muito problema e tal. Mas eu estava decidido e fui atrás."
Descendente de japoneses, ele foi até uma das maiores colônias nipônicas do Brasil, Mombuca, próxima a Ribeirão Preto. "Por aqui, comprar carro antigo, mais especificamente o Opala, já era caro, mesmo mal conservado. Fui até a colônia, parei em um posto e perguntei ao frentista se ele conhecia alguém que queria vender um. Ele já me indicou um senhor e fui negociar. Saí de lá com o carro", diz.
Rodrigo pouco andou e logo encostou o Opala SS 1978 com motor 4 cilindros em uma oficina. "Fizemos uma projeção em 3D sobre como o carro ficaria na nova cor.
Ele era branco e preto. Deixamos o preto e incluímos umas faixas cinzas. Ficou lindo. Daí começou o trabalho mesmo."
O carro foi lixado, ganhou retoques na lataria e recebeu a nova pintura. A grade dianteira não é a original do SS, assim como o friso cromado sobre as janelas, mas a ideia de Rodrigo era fazer um carro bonito, não necessariamente original - e ele conseguiu. "Já me pararam na rua para oferecer valores altos neste carro, mas eu não quero vender."

Escapamento impressiona
As rodas têm o desenho original do Opala SS.
Sob o capô agora ronca um 6cil original da Chevrolet. "Ainda não mexi na mecânica para deixar o carro envenenado. A coisa mais diferente foi colocar freio a disco nas quatro rodas e um sistema de escapamento diferenciado."
Aliás, este sistema é um dos charmes do carango. Através de um botão interno, Rodrigo pode deixar o som do escapamento original, mais abafado, ou mais esportivo, através de uma espécie de borboleta, que faz a saída dos gases ser antecipada e fazer um barulhão.
Para quem vê o carro por trás, a iluminação das lanternas é feita por Leds.

Para a vida toda

Rodrigo diz que ainda faltam alguns detalhes no Opala por dentro. "Vou mandar fazer um console central para abrigar comandos dos vidros elétricos e um conta-giro. O painel será trocado por um translúcido, mais moderno.
Vou manter os bancos Recaro, em couro", diz ele, lembrando que os da frente são do mesmo modelo do Kadett GSI. Mesmo sabendo quais são os próximos passos, Rodrigo ainda não vislumbra quando vai terminar o seu projeto pessoal. "Isso é um trabalho para toda uma vida.
Nunca vai estar bom, sempre vou querer fazer mais."


Matéria no Jornal:
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Hot Wheels Opala


Durante os poucos dias em que esteve por aqui, Larry Wood não teve muito tempo de conhecer as atrações turísticas do Brasil.
O designer de carrinhos veio ao país exclusivamente para participar da 2ª Convenção Nacional de Hot Wheels e teve agenda cheia. Sessões de autógrafos, entrevistas e até um jantar com os vencedores de um concurso promovido pelo site QUATRO RODAS e a Mattel – representante da marca no mercado brasileiro – foram apenas alguns dos compromissos do norte-americano.
Mas na última segunda-feira, 20 de julho, poucas horas antes de voltar para os Estados Unidos, Wood atendeu a reportagem de QUATRO RODAS na sede da Mattel, em São Paulo (SP). Além de conceder uma entrevista (
que você pode conferir clicando aqui), Wood aceitou o desafio proposto por nosso site: desenhar uma miniatura de um carro clássico brasileiro.
O escolhido foi o Chevrolet Opala, um dos modelos mais consagrados da indústria automotiva nacional e também um dos favoritos dos colecionadores para virar uma miniatura em escala 1/64.
Assim que viu a foto do cupê SS, Wood disparou: “ah, então este é o Impala de vocês?”. Depois de saber que o carro foi baseado no sedã norte-americano, Wood se interessou pela história do Opala e escolheu o modelo para se tornar um Hot Wheels.
Bastaram menos de dez minutos para o designer terminar seu esboço, que conserva o visual clássico do cupê, mas com o toque de ousadia que caracteriza os Hot Wheels. Questionado sobre quais cores escolheria para o carrinho, Wood foi categórico.
“Acredito que, por ser um modelo clássico, a combinação de cores com as faixas no capô é a ideal”, afirmou.
Em entrevista à QUATRO RODAS de julho, Wood afirmou que alguns modelos brasileiros foram avaliados durante as reuniões de criação dos designers, mas disse que não sabia se a produção havia sido aprovada.
Durante a 2ª Convenção Nacional de Hot Wheels, realizada entre os dias 18 e 19 de julho, os colecionadores questionaram sobre a possibilidade de fabricação de uma “miniatura verde-e-amarela”.
Como era de se esperar, nem a Mattel e nem Wood quiseram revelar detalhes, mas ambos deram pistas de que surpresas podem estar a caminho. É o que todos os fãs brasileiros esperam.

Imagens Antigas

Cenas curiosas, em que o Opala é um dos atores.